sexta-feira, 17 de abril de 2009

Meu coração está disponivel para o seu sim.
Meu corpo está aguardando seu escandalo.
Minha alma repete o seu nome.
Minha boca reclama sua dança.
Meus ouvidos estão famintos de suas fartas gargalhadas.
Minha pele indocil quer sua brasa.
Meu sexo sem você é casa vazia.
Minhas mãos são cheias de memória indecente.

domingo, 12 de abril de 2009

Meu dia é teu espaço.
Minha noite seu cansaço.
Teu silêncio é meu assombro.
Minha vida é teu presente.
Sua presença me amansa.
Nosso amor é uma criança.
Tua vida é meu assunto.
Teu sexo minha precisão.
Tenho uma menina encostada em mim
Ela gosta de passear na minha cama
fazer cosquinhas nos meu pensamentos
bagunçar o meu coreto

Ela insiste em ser alegre
Em apostar na cor
Desenhando minha vida
em seu caderninho rosa

Ai, já tentei expulsá-la daqui
Ai, já fechei os olhos para não vê-la.
Mas ela é tão estrela
Que me paralisa

Então, danço ciranda
brinco de princesa
faço comidinhas
viro fada e escrevo nos meus diários.

Ela não descansa,
Ela não se amansa,
Quer ficar comigo,
insistindo em provocar suspiros.

Ela ri do meu cansaço.
Ri dos meus dilemas,
Zomba do meu passado
E me empurra para o que virá.

Ela é doida e desajustada.
Indecente e exagerada.
Ai, essa tontinha insiste em espantar o tédio
esbanjando esperança

Já disse: Não sou criança!
Mas ela não acata.
Quer esconder meus rancores
exibindo minha ternura.

Essa menina pensa ser meu anjo,
quer me proteger de mim.
Quer me aliviar de todo meu desespero.
me emprestando seu sorriso lindo.

Ela assopra minhas feridas
me contaminando de coragem,
Ela canta uma canção inventada
convidando o sol para minha fresta.

Ai minha menina,
enrola meus cachinhos.
Quero ter um espelho.
para ver melhor seus olhos nus.

sábado, 11 de abril de 2009

Essa cena merece um poema, insisto.

Essa cena merece ser pronunciada, eu sei.

Essa cena, no entanto paralisa meus dedos diante da tecla.

Essa cena é uma cela, prendendo meu pensamento.

Descrever essa maravilha tem sido um tormento.

Nada cabe, nada revela, nada compõe.

Seriam pudores prisão acatando a censura silenciosa?

Seriam timidos impedimentos ruborizando a solidão?

Estou me consumindo, quero escrever e nada sai.

Estou me esvaindo, sem fome, sem paz

No meu corpo um sentimento palavra querendo possuir o papel.

No meu coração um desejo de fazer um poema presente para o amor lilás.

Desconfio que tenho que inventar palavras para descrever nosso encontro cais.

Por hoje, vou narrar no seu ouvidinho bem devagarinho.

A cena emblema que revela nosso amor demais.

Você entre minhas pernas, olhando verde os meus iguais.

Que de tanto olhar para os seus perderam sua cor original.

Você fazendo aquilo que só você faz.

Lindo, indo e vindo por onde ninguém mais.

Língua, saliva, suor, sal e só.

Depois mais e mais.

Uma invasão permitida.

Um desvelamento de tudo que em mim chama fogo.

Um assanhamento de todas as indecentes carnes.

Uma posse desavergonhada da pele acesa e molhada.

Cada vez mais tonta, cada vez mais tara, tatuagem.

Seu sexo, segue embraseando tudo que é morno.

Sua boca segue arrepiando tudo que em mim descansa.

Essa lembrança me faz tomar muitos banhos quando você não está por perto.

Ainda não consigo descrever o que é olhar para você

enquanto avança repetidas vezes sobre o que em mim te aguarda.

Ainda não sei e sigo agoniada.

Quero te dar escrito num papel de carta meu contentamento.

Quero te dar um pedaço do que em mim explode e quer gritar.

Mas de novo não consigo, nenhuma palavra descreve essa alegria, esse momento nosso, par.

Estou enamorada por coisinhas delicadas.

Assumo rosas, rendas, sianinhas, veludos e lacinhos como acabamento.

Estou me acabando neste instante em ternura inebriante.

Tudo no coração rima enlace.

Nada de nós apertados, atados por certezas vãs.

Fitas de cetim envolvem essa alegria sem pudor.

Cheirinhos de erva doce, camomila e canela acompanham o meu dia.

Dei para cometer flores no cabelo, batom e perfume com exagero.

Uma mulherzinha esta morando no meu peito.

Ela faz bordados com nomes do amado e poesia.

Ela ensaia doces deleites de amor, cuidado e fantasia.

Tô deixando essa coisa nova invadir meu roteiro,

Esse sentimento que suscita meninices, esbanja mulherices e me leva pro quintal.

No nosso chão quero cultivar (des)temperos, cafunés, sorrisos e ardências.

Quero sobrar pimenta em nossa cama e me entregar dormideira no seu solo, colo.