domingo, 19 de dezembro de 2010

Mal botou a mesa,
já quer a sobremesa.
Quer sobre a mesa
toda sobra.
Sobra mesmo,
mesa posta.
Quero sobre a mesma, aposta.
Postou?


quarta-feira, 15 de setembro de 2010

Borboletinhas fazem cocegas no céu da boca.
Quero boa palavra.
Quero palavra
asa.

quarta-feira, 8 de setembro de 2010

segunda-feira, 2 de agosto de 2010

Ela está aqui

Sou grata ao destino.
Por me trazer essa amplidão.
o que importa é cuidar do que cresce.
Hoje, a vida se alarga feito um rio.
Se engrandece de urgência.
Urge aquecer o ninho.
Urge colocar as meias no bebê.
Sou grata ao destino
Por me trazer essa beleza.
E esquentar meu coração.
Nada mais sério do que arrumar o berço.
E fazer do meu peito aconchego.
Sou grata ao destino.
Por me exceder em delicadezas.
A vida me presenteia com caixinhas de música,
guizos e chocalhos.
Sou o som de todos eles namorando o instante.
Sou grata ao destino
Por me adicionar brinquedinhos,
meu corpo: balanço, pião, fantoche e pianinho.
Sou grata ao destino.
Por desconfiar do que eu chamava felicidade
Alegria são as mãozinhas dessa menina,
inventado danças na minha rotina.
Música são seus gritos experimentando a língua.
Hoje, sou só esperança e pouco pé no chão.

domingo, 6 de junho de 2010

Espalho sorrisos como quem quer chão,

Aterriso quando vejo refletido nos olhos de outrem

minhas asas descansadas, leves.

Quero remanso, quero colo e lentidão.

Estou pronta pra ficar nua,

ver meu coração vidro espatifado no colchão.

Mas não quero ser saída, resposta e exatidão.

Nada de promessas de perfeito encontro

Nada de cópias de cinema pipoca.

Nada de trilha sonora de rima fácil.

Desprezo a crenças em almas fadadas a união.

Quero o que alguns chamam de tédio,

outros de calmaria.

Eu chamo desafio.

Sim, quero um amor brisa,

que não cure feridas,

mas saiba onde se esconde

o que ainda me impressiona.



quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

Dois sentimentos me tiram o sono com alegria.
Duas maravilhas me arrastam para o bloco de papel e fantasia.
Duas delicadezas mexem deliciosas dentro de mim.
Duas belezas penetram meu silêncio sem permissão.
Duas riquezas movem meu medo até encontrar a paz.
Duas canções me fazem quente, voraz e potente.
Elas futucam as noites e descansam de dia.
Elas são meu presente, meu contentamento, minha espera.
Elas são minhas crianças:
minha poesia e meu amor por Maria.