quinta-feira, 27 de novembro de 2008

"Não adianta plantar seus olhos raízes
no meu
corpo
chão:
não
vou aderir."

sábado, 22 de novembro de 2008

...
Nunca falamos de nós.
Quando falamos dos nós,
nos desfizemos.

Rejeitado ser..

Sentir-se sem jeito diante do afeto desajustado ao seu.
Ensaio de amarelo sorriso, quando se queria efetivar gargalhadas.
É como colocar obrigatoriamente meias no verão.
Fechar as janelas fugindo do sol, quando se quer beijá-lo.
Arrancar o doce da boca do menino que ainda se lambuza.
Ai, não sei explicar essa dor que não se cala. Essa dor sem graça. Coisa que não move. Que não cabe no peito e transborda na lágrima interrompida.
A lágrima seca, adentra o corpo e forja nas cavernas do coração formações inquebravéis.
Não se perdoa uma rejeição. Não! Não e não!
É como plantar de repente na alma ausências de joaninhas, borboletinhas, flores e fadinhas, qualquer coisa que possa voar.
Aterrisagem num deserto sem sombra ou água.
Rejeição é o que toca mais fundo. Uma quase morte, dolorido corte. Um quase fim de mundo.

sexta-feira, 21 de novembro de 2008

PALAVRA

A palavra que teço é o meu leite derramado,
A palavra que esbanjo sai como um grito de desespero,
Não durmo, não acordo sem escrevê-la.
Ela sou eu inteira.
Exposta, nua, farta, cansada de acreditar no sensível.
Quando escrevo parte de mim um sonho.
Vai embora uma coisa que podia ser e não foi
Na palavra realizo,
O amor que não existiu, a dor que não pode ser tocada,
a vingança inacabada.
A palavra é despedida, partida, adeus.

Lili

Essa menina poema,
é um pedaço da minha melhor estrada
cançao nada ensaiada
versinho de perna quebrada.
Ela é linda e indecente
puro anjo de candura
boa companhia no sereno
destilando e eficaz veneno
Ela é sábia e bobinha
pé no chão e borboletinha.
Ela é luz pra tanta gente.
Fogueirinha.
Coisa boa encontrar essa menina.
Coisa boa desaprender a viver com ela.
Ela mastiga a vida, não ranga num fast food barato.
Ela é pedra bruta, uma joia de fato!
Ela é minha irmã, minha amiga.
Queria arrancar seus temores, suas dores.
Mas impossibilitada de fazê-lo, viajo em suas insanas-idades.
Ela é sol e lua,
brinquedo e brincadeira.
coisa seria e besteira.
Ela é o texto mais simples e complexo que li.
Ai, viva! Viva! Minha amada e doce amiga LILI!

AMOR

O amor é o menino sentado na soleira da porta fazendo bolhas de sabão todos os dias sem cessar.

segunda-feira, 17 de novembro de 2008

Paixão - a bolha

O menino se embrenha no mato e corta um canudo de mamona,
senta na soleira da porta, mistura um pouco de sabão na água.
O menino faz uma bolha linda, rosa, azul, bailarina.
A bola sobe tão alto que as mãos do menino por mais suspensas, não conseguem alcancá-la.
Ela sobe, ignorando o menino.
Mas ele não lamenta, gargalha poderoso com orgulho de sua doce criação.
De repente, num instante o sonho explode.
O menino procura, mas não vê a bolha de sabão.
Senta -se na beirada da porta, e começa tudo de novo...

quinta-feira, 13 de novembro de 2008

Encontrei
o
fio
de
cabelo
do
amor
de
ontem,
no
espelho
desta
manhã:
presente
.

sábado, 8 de novembro de 2008

Anoitecer

Anoiteceu no meu pensamento.
Fechei a porta do quarto de ilusões.

Não quero travesseiros de penas e dúvidas.
Tranquei com chave de desassogegos
o meu coração de fumaça.
Pare coração de queimar! !
Pare de insinuar febre onde prevalece o gelo
!
Pare de fazer rosa o que se fez cinza!
Pare!!E descanse..