Essa cena merece um poema, insisto.
Essa cena merece ser pronunciada, eu sei.
Essa cena, no entanto paralisa meus dedos diante da tecla.
Essa cena é uma cela, prendendo meu pensamento.
Descrever essa maravilha tem sido um tormento.
Nada cabe, nada revela, nada compõe.
Seriam pudores prisão acatando a censura silenciosa?
Seriam timidos impedimentos ruborizando a solidão?
Estou me consumindo, quero escrever e nada sai.
Estou me esvaindo, sem fome, sem paz
No meu corpo um sentimento palavra querendo possuir o papel.
No meu coração um desejo de fazer um poema presente para o amor lilás.
Desconfio que tenho que inventar palavras para descrever nosso encontro cais.
Por hoje, vou narrar no seu ouvidinho bem devagarinho.
A cena emblema que revela nosso amor demais.
Você entre minhas pernas, olhando verde os meus iguais.
Que de tanto olhar para os seus perderam sua cor original.
Você fazendo aquilo que só você faz.
Lindo, indo e vindo por onde ninguém mais.
Língua, saliva, suor, sal e só.
Depois mais e mais.
Uma invasão permitida.
Um desvelamento de tudo que em mim chama fogo.
Um assanhamento de todas as indecentes carnes.
Uma posse desavergonhada da pele acesa e molhada.
Cada vez mais tonta, cada vez mais tara, tatuagem.
Seu sexo, segue embraseando tudo que é morno.
Sua boca segue arrepiando tudo que em mim descansa.
Essa lembrança me faz tomar muitos banhos quando você não está por perto.
Ainda não consigo descrever o que é olhar para você
enquanto avança repetidas vezes sobre o que em mim te aguarda.
Ainda não sei e sigo agoniada.
Quero te dar escrito num papel de carta meu contentamento.
Quero te dar um pedaço do que em mim explode e quer gritar.
Mas de novo não consigo, nenhuma palavra descreve essa alegria, esse momento nosso, par.
Um comentário:
Adorei o poema!
continue vomitando seus sentimentos, isso faz bem
oswaldo coyote
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