Estou em paz com meu ócio, o meu corpo exige silêncio.
A fome não ameaça minha vaidade: como a vida sem medidas.
Tudo pode esperar, menos o que o corpo exige. Ele é imperativo.
Hora de dormir, durmo. Hora de comer, como. Hora de fazer xixi, não me demoro.
Ai de mim, se não obedece-lo.
Estou mais velha e não envelheci. Estou mais menina, e tenho meus segredos.
Eles falam de tudo que preciso silenciar para não pintar de cinza, esse momento azul.
Só obedeço as imposições do amor que habita em mim. O amor é meu carrosel.
Vejo a vida mais comprida, vivo sem pressa uma estranha paz.
Sou impressa por abraços, carimbada por cafunés, marcada por encontros graça.
Estou gerando um filho e isso me faz um pouco santa.
Estou gerando um filho e isso me faz um pouco bruxa.
Estou gerando um filho e isso me faz um pouco mansa.
Estou gerando um filho e isso me faz um pouco bicho.
Estou tomada de coragem. Investida de beleza. Seduzida por delicadezas.
A solidão não existe.
Escrevo pequenos poemas que escorrem das minhas noites insones. São autobiográficos? Não e sim. Poemas simples, de quem precisa da escrita como precisa de ar. Por que escrevê-los num blog? Porque preciso de amigos, amigos-estranhos e de estranhos, penetrando no texto com observações impertinentes. Posso me arrepender disto? Posso. Mas como sou estupidamente apaixonada pela vida perigosa de todos os dias, vou começar..
domingo, 21 de junho de 2009
quinta-feira, 18 de junho de 2009
O tempo
é asa para o meu ofício:
delirar.
O tempo
é âncora para minha arte:
amar.
O tempo é desespero
para minha mania:
eternizar.
O tempo é
consolo para minha manha:
ameninar.
O tempo é
tempestade para minha natureza:
exagerar.
O tempo é bonança para a santa que mora em mim:
perdoar.
O tempo é
um velho cansado,
empurrado
por uma criança.
O tempo é uma moça bonita,
sorrindo na janela do trem.
A moça vai embora, e o perfume se espalha.
O tempo é o velho do saco,
caçando esperanças crianças
nas ruas cinzas.
O tempo é uma lagarta,
ensaiando belezas suspeitas.
O tempo é um menino levado,
zombando dentro de mim,
fazendo caretas para minha dureza.
é asa para o meu ofício:
delirar.
O tempo
é âncora para minha arte:
amar.
O tempo é desespero
para minha mania:
eternizar.
O tempo é
consolo para minha manha:
ameninar.
O tempo é
tempestade para minha natureza:
exagerar.
O tempo é bonança para a santa que mora em mim:
perdoar.
O tempo é
um velho cansado,
empurrado
por uma criança.
O tempo é uma moça bonita,
sorrindo na janela do trem.
A moça vai embora, e o perfume se espalha.
O tempo é o velho do saco,
caçando esperanças crianças
nas ruas cinzas.
O tempo é uma lagarta,
ensaiando belezas suspeitas.
O tempo é um menino levado,
zombando dentro de mim,
fazendo caretas para minha dureza.
terça-feira, 2 de junho de 2009
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