sábado, 27 de agosto de 2011

Ipês roxos e amarelos

disputam a minha retina,

tonta de beleza,

escorre poesia.

Na mata da minha infância mora o espanto;

bambus conversam com o meu silêncio,

malacachetas incendeiam meus riachos,

carrapichos ousam ser mais do que espinhos; enfeites.

Nessa trilha habitam a beleza desesperada dos cogumelos,

a luz divina dos vitrais de sereno, teia e sol.

Neste instante borboletas azuis pousam no meu coração,

ele voa.

Sapos infames espantam meu mau humor; sorrisos.

O cheiro de chão me abastece de bom sentimento; suspiros.

Caracóis são anzóis que me prendem à terra amorosamente.

Coisas estranhas invadem meu sossego;

bicho de pau, grilo, esperança e medo.

Margaridas sem vergonha,

seduzem meus cabelos, indecentemente.

Encarno libélulas lambendo o sol no espelho d'água.

Com as Contas de Nossa Senhora, brinco de paraíso.

Na mata da minha infância,

sou um pouco bicho, criança e planta.

2 comentários:

Sheila Santos disse...

Adorei os textos! Parabéns! Passarei sempre por aqui para dar uma lidinha em suas letras insones.
Abçs


www.amoreacalanto.blogspot.com

Fernanda Bortone disse...

Querida, obrigada!Vamos tecer poesias e textos na rede!
beijinhos