Desconfio que meu tempo se esvai entre esquecidas cenas de um passado que me trai , atrai.
Desconfio que meu tempo se constrói com a rapidez de avenidas, risos tolos e faróis.
Desconfio que meu tempo se reveste de silêncios sombras e calmarias tapetes.
Desconfio que meu tempo descansa com o tempo de Deus, muitas vezes no escuro do quarto, estamos sós, ele e eu.
Desconfio que meu tempo caduco teima em mostrar o que eu ainda não vi.
Meu tempo é correr,
Quero ficar aqui, ele não deixa.
Ele tem mania de partir e levar me com ele.
Ele tem obsessão por fluir.
Ele ambiciona despedidas, secando com sopro quente minhas lágrimas de saudade.
Desconfio que já sou meu tempo, que meu corpo é seu cavalo.
Corro, corro, corro sem rédeas, tonta, selvagem, sem saber qual o próximo precipício.
3 comentários:
“Desconfio que meu tempo se esvai entre esquecidas cenas de um passado que me trai , atrai.
Desconfio que meu tempo se reveste de silêncios sombras e calmarias
Desconfio que meu tempo descansa com o tempo de Deus, muitas vezes no escuro do quarto, estamos sós, ele e eu.”
Eu gostaria que estas palavras fossem minhas.
Lindas!
Perfeitas, porque extravasam em pouco o muito que tão intimamente se guarda.
Verdadeiras, porque refletem a insônia da alma.
Adorei tudo por aqui!
Amo você.
Bjs
A sensação dessa corrida sem rédeas eu conheço!!!
E a materialização dela (a sensação), em suas pelavras me fez um choro morno brotar dos olhos, como há muito tempo eu não sentia. Me fez bem. Obrigada.
bjs
Que bom ter vocês por aqui!Me sinto honrada pela presença de tão doces mulheres!
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