Ela espera durante o dia morno, a hora de dormir. Espera pelo sonho colorido de inocência e despudor. O sono chega devagar, invadindo seus errantes pensamentos. Não demora muito, ela está metida num vestido de luz, incandescente. O vestido transparente tem muitas pontas, todas elas puxadas por fadas libélulas de asas cintilantes. Cada asa possui um nome, um nome de homem bordado em fios de puro ouro. A moça gira impulsionada pelo bater frenético das asas. Ela rodopia tonta, feito criança, mas se diverte e ri, evitando o tombo. De repente ela consegue ler um dos nomes impressos nas asas, e repete o nome muitas vezes até torná-lo música. Quase mágica. Hinotizada pela música, ela segue para o bosque onírico. Inebriada, vê o nome virar corpo e com ela se deitar entre arbustos de seda. Dançam, dançam, dançam e nada mais. Mas como num susto ela acorda, saudosa de algo que esqueceu: o nome, o homem, a música, a dança. Assim, passa todos os dias desejando o sonho, desejando dormir para eternizar o encontro dança ou apenas de novo girar.
2 comentários:
Rodopios...
Lembrei daquela música "Bandolins" do Oswaldo Montenegro...
A mulher que valsava.
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Giro, roda e ciranda...o tempo e a vida.Nós.
( adorei)
Melhor ainda lê-lo às 1h e meia da manhã de um "quase" início de primavera.
Grande beijo!
Depois que li você corri para o espelho. Cheguei na frente dele com os olhos cerrados, com medo de abrí-los. Bem devagar fui tentando me ver e quando olhei bem, quando arregalei os olhos eu vi. Estou vestida com um desses vestidos!!
E meu armário, amiga, anda cheio destes modelitos.
Somos assim...
bjs com asas
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