Tenho a alma barulhenta,
Feito festa de passarinho quando amanhece o dia.
Muitas asas pra poucos voos.
Mas que teimosas ensaiam partidas.
Ainda me espanta o que é morno.
Ainda me cansa o que não for simples.
Tenho medo de querer dormir quando o sol grita.
Não quero o sonho morto pelo anti depressivo.
Quero cores na retina, pulsações e tonturas.
Quero ainda me impressionar,
Ter a pele carimbada de arrepios e invasões.
Quero sono interrompido,
pelos risos da minha filha.
Ela ousa travessuras,
mesmo quando dorme.
Quero o som indecente que penetra pela janela,
revelando o namoro indiscreto dos vizinhos.
Amo bichos noturnos e seus barulhinhos.
Por isso, me espanto quando ao entardecer,
Ouço o vazio da madrugada.
Porque mesmo insone me acostumei a companhia,
Sei que acrescida de cara imaginação.
Sinto temores quando o silêncio avança,
Negando o coro das minhas entranhas:
Som de fluidos, de doces absurdos, de tantas esperas.
Ai, não! Quero vento no cabelo,
casando amarelo flor com meus cinzas.
Quero tudo que faz o doce poeta,
me chamar de menina.
Quero suspiros, deleites e algodão doce.
Borboletinhas, flores, pés descalços...
Tudo que me faz intensa, leve e viva.
Ai, quero poder me lambuzar do remédio que encontrei displicente.
A poesia me salva desse excesso infértil de mim.
Escrevo pequenos poemas que escorrem das minhas noites insones. São autobiográficos? Não e sim. Poemas simples, de quem precisa da escrita como precisa de ar. Por que escrevê-los num blog? Porque preciso de amigos, amigos-estranhos e de estranhos, penetrando no texto com observações impertinentes. Posso me arrepender disto? Posso. Mas como sou estupidamente apaixonada pela vida perigosa de todos os dias, vou começar..
domingo, 29 de setembro de 2013
sábado, 14 de setembro de 2013
Pragmáticos
Pragmáticos
Confortável no ninho
somos passarinhos de asas machucadas,
prostrados e sozinhos.
Triste seguimos cada um na sua,
entre nossos discos, vinhos e rabiscos.
Sem esperas, sem promessas, sem quimeras.
Absurdamente desconfiados
da lua, do cio, do que queima.
Medo é essa palavra muro,
sem viés, sem desvios, sem janela.
Parados, feito poça d"água,
sem libélula por perto.
Corpo adequado, aprumado, no eixo, sem suor.
Queria fazer um poema cheio de vaga lumes e borboletas
para acordá-lo.
Queria receber um abraço laço,
de perder o fôlego e ganhar presente e futuro.
Mas essa manhã vazia só pode ser preenchida pelo silêncio,
escudo que nos cerca.
Silêncio que não se comove com o decote do meu vestido.
Nada vai mover você desse sofá?
Vamos desprezar nossos suspiros?
É tanto medo que se esconde no meu não.
Fugimos do que pode nos fazer ver a lua e adivinhar feitiços.
Fugimos do que pode rasgar escritos,
Tombar nossos mitos,
Incendiar colchão.
Por isso esse beijo interrompido,
Essa ironia que não descansa,
essa farsa, essa excitação.
Ai, esse não. Esse não que sai doído, morto e vão.
Nos enterra num buraco sem fundo, sem compaixão.
Esse nosso sorriso amarelo, esse ar cordial, essa elegância no trato,
maltrata meu coração.
Que pena, amor.
Tudo agora tem mais pá e cal do que constelação.
letras insones
somos passarinhos de asas machucadas,
prostrados e sozinhos.
Triste seguimos cada um na sua,
entre nossos discos, vinhos e rabiscos.
Sem esperas, sem promessas, sem quimeras.
Absurdamente desconfiados
da lua, do cio, do que queima.
Medo é essa palavra muro,
sem viés, sem desvios, sem janela.
Parados, feito poça d"água,
sem libélula por perto.
Corpo adequado, aprumado, no eixo, sem suor.
Queria fazer um poema cheio de vaga lumes e borboletas
para acordá-lo.
Queria receber um abraço laço,
de perder o fôlego e ganhar presente e futuro.
Mas essa manhã vazia só pode ser preenchida pelo silêncio,
escudo que nos cerca.
Silêncio que não se comove com o decote do meu vestido.
Nada vai mover você desse sofá?
Vamos desprezar nossos suspiros?
É tanto medo que se esconde no meu não.
Fugimos do que pode nos fazer ver a lua e adivinhar feitiços.
Fugimos do que pode rasgar escritos,
Tombar nossos mitos,
Incendiar colchão.
Por isso esse beijo interrompido,
Essa ironia que não descansa,
essa farsa, essa excitação.
Ai, esse não. Esse não que sai doído, morto e vão.
Nos enterra num buraco sem fundo, sem compaixão.
Esse nosso sorriso amarelo, esse ar cordial, essa elegância no trato,
maltrata meu coração.
Que pena, amor.
Tudo agora tem mais pá e cal do que constelação.
letras insones
Pragmáticos
Confortável no ninho
somos passarinhos de asas machucadas,
prostrados e sozinhos.
Triste seguimos cada um na sua,
entre nossos discos, vinhos e rabiscos.
Sem esperas, sem promessas, sem quimeras.
Absurdamente desconfiados
da lua, do cio, do que queima.
Medo é essa palavra muro,
sem viés, sem desvios, sem janela.
Parados, feito poça d"água,
sem libélula por perto.
Corpo adequado, aprumado, no eixo, sem suor.
Queria fazer um poema cheio de vaga lumes e borboletas
para acordá-lo.
Queria receber um abraço laço,
de perder o fôlego e ganhar presente e futuro.
Mas essa manhã vazia só pode ser preenchida pelo silêncio,
escudo que nos cerca.
Silêncio que não se comove com o decote do meu vestido.
Nada vai mover você desse sofá?
Vamos desprezar nossos suspiros?
É tanto medo que se esconde no meu não.
Fugimos do que pode nos fazer ver a lua e adivinhar feitiços.
Fugimos do que pode rasgar escritos,
Tombar nossos mitos,
Incendiar colchão.
Por isso esse beijo interrompido,
Essa ironia que não descansa,
essa farsa, essa excitação.
Ai, esse não. Esse não que sai doído, morto e vão.
Nos enterra num buraco sem fundo, sem compaixão.
Esse nosso sorriso amarelo, esse ar cordial, essa elegância no trato,
maltrata meu coração.
Que pena, amor.
Tudo agora tem mais pá e cal do que constelação.
letras insones
somos passarinhos de asas machucadas,
prostrados e sozinhos.
Triste seguimos cada um na sua,
entre nossos discos, vinhos e rabiscos.
Sem esperas, sem promessas, sem quimeras.
Absurdamente desconfiados
da lua, do cio, do que queima.
Medo é essa palavra muro,
sem viés, sem desvios, sem janela.
Parados, feito poça d"água,
sem libélula por perto.
Corpo adequado, aprumado, no eixo, sem suor.
Queria fazer um poema cheio de vaga lumes e borboletas
para acordá-lo.
Queria receber um abraço laço,
de perder o fôlego e ganhar presente e futuro.
Mas essa manhã vazia só pode ser preenchida pelo silêncio,
escudo que nos cerca.
Silêncio que não se comove com o decote do meu vestido.
Nada vai mover você desse sofá?
Vamos desprezar nossos suspiros?
É tanto medo que se esconde no meu não.
Fugimos do que pode nos fazer ver a lua e adivinhar feitiços.
Fugimos do que pode rasgar escritos,
Tombar nossos mitos,
Incendiar colchão.
Por isso esse beijo interrompido,
Essa ironia que não descansa,
essa farsa, essa excitação.
Ai, esse não. Esse não que sai doído, morto e vão.
Nos enterra num buraco sem fundo, sem compaixão.
Esse nosso sorriso amarelo, esse ar cordial, essa elegância no trato,
maltrata meu coração.
Que pena, amor.
Tudo agora tem mais pá e cal do que constelação.
letras insones
quinta-feira, 5 de setembro de 2013
Manacá
Como uma flor que não desbota mas se transveste maravilha em cada manhã,
Anseio por seus delicados sinais formoseando meu diário.
Suas palavras raras, emprestam frescor a minha rotina.
A noite é sua lembrança perfume que impregna meus lençóis com sonhos benfazejos.
Ah! Se esse momento for só devaneio e cor, já é fértil e forte pra plantar quimeras em terreno inculto.
Proponho enfeitar com esmero nossa primavera, com roxinhos, azuis e branco.
No nosso pedaço receberemos lagartas e borboletas sem prejuízo do que ainda for verde e frágil.
Elas serão nossa companhia e inspiração.
Quando as flores cansadas se renderem tapete,
Creio que esperanças vicejantes acolherão o amanhã.
Assim eu espero.
Assim te espero.
letras insones 4/09/2013
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