Escrevo pequenos poemas que escorrem das minhas noites insones. São autobiográficos? Não e sim. Poemas simples, de quem precisa da escrita como precisa de ar. Por que escrevê-los num blog? Porque preciso de amigos, amigos-estranhos e de estranhos, penetrando no texto com observações impertinentes. Posso me arrepender disto? Posso. Mas como sou estupidamente apaixonada pela vida perigosa de todos os dias, vou começar..
segunda-feira, 29 de setembro de 2008
Sensações; Evaporar.
Ela acordou com o diabo no corpo, escovou os dentes com violência, sangrou. Trocou de roupa sem pena do pano, rasgou.Penteou o cabelo sentindo dor, perdeu meia dúzia de doentes fios. Pintou a boca sem pudor de vermelho puta. Saiu querendo briga, não encontrou. Encontrou com o dia, ela em ebulição, ele, igual. Eta diazinho bobo!! Ela tinha uma quentura no corpo, um assanhamento nas carnes, uma vermelhidão nos olhos. Ela queria acabar com aquilo, antes que aquilo acabasse com ela. Queria acabar com aquilo sozinha, esquentar-se até evaporar. Não queria dividir aquele troço sem nome com ninguém. Era um ódio misturado com desejo de sentir ódio do desejo de sentir ódio. Uma bagunça tremenda. Um troço poderoso. Ela poderia tentar canalizar esse trem, colocar isso nos trilhos. Arrumar um briga no onibus, caçar confusão no meio da rua, transar com um estranho no elevador. Mas decidiu passar o dia ardendo em febre, queimando. Decidiu evaporar-se.
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3 comentários:
Pena que nem sempre se consegue "evaporar"...rs*
Forte esse escrito.....
As vezes passamos mal, sucumbimos. Desmaiadas de calor, dormimos o sono dos que desistem. Mas sem querer acordamos outras..
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