Esqueci o som da chuva na vidraça,
Aprendi a desconfiar do silêncio das cachoeiras,
Passei a ter ciúme do pôr do sol,
Desprezei fadinhas assanhadas que dançavam no meu ventre.
Pisei sobre dormideiras e marias sem vergonha.
Achei tolice flertar com o acaso.
Mas esse agora que você inaugura,
Vem junto com tudo que é indecente e causa espanto.
Começo abrir janelas e portas,
Aguardo tempestades e calores,
Espero ventanias descortinando esperanças,
Gasto horas imaginando teu perfume.
Ai, que troço é esse que de novo faz tremer minhas carnes?
Sopro então as asas de borboletinhas sonolentas,
que acordam risonhas e fazem cócegas no meu intimo.
Acho que voltei a cultivar amores perfeitos.
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