Cheia do que em mim transborda,
Vou perfumar meu travesseiro,
com o afeto que não consigo
expulsar do coração.
Vou me embriagar dessa solidão,
Sentirei cada dor, cada pena,
cada mágoa e desconsolo.
Vou visitar lugares abandonados,
jardins secretos, paixões esquecidas.
Vou ler velhos poemas amarelados,
ver fotos amassadas pelo tempo.
Vou colher vento,
Espalhando escritos pela cama.
Receber tempestades,
borrando o rosto e a maquiagem.
Quando o sol invadir meu quarto,
me verei heróina no espelho,
cabelos em desalinho,
boca seca esperando alívio.
No olhar embraseado,
um restinho de guerreira.
um tanto de sereira,
uma porção mãe.
Essa coisa chamada esperança,
Vai impedir que essa figura cansada,
uma mulher sem menina por perto,
se desfaça em melancolia.
uma mulher sem menina por perto,
se desfaça em melancolia.
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