sexta-feira, 1 de maio de 2009

Sei sangrar sorrindo,
aprendi com algumas santas.
Sei desconfiar do que arde,
aprendi com algumas putas.
Sei ser rosa num dia cinza,
aprendi com algumas meninas.
Sei bater asas e espalhar alivio,
aprendi com algumas fadas.
Sei ser só silêncio,
aprendi com alguns homens.
Sei rir do que em mim dói,
aprendi com todos os palhaços.
Sei incomodar o que é sério,
aprendi com quase todos os bebados.
Só não sei dançar conforme a música,
como a bailarina da caixinha.

2 comentários:

Anônimo disse...

Olá Nanda estive aqui lendo seus poemas, suas impressões e delicadezas...e me deparei com esse...
Não há nada mais inquietador instigante ler sobre as dualidades da vida...
Um beijinho

Arlene disse...

Pode-se desejar ser alguém que contou menos folhas caidas no inverno, ou que contou menos dias no calendário, ou, ainda, que em si refletiu menos as dores da vida?... Se puder, eu me desejo em suas palavras cruas, no seu antagonismo às meias verdades, na pureza de tantos sentimentos pagãos. Sim,... eu queria ter algumas de suas palavras grandes!...
Te amo, Nanda!
Bjs