O encanto
virou promessa
a promessa virou
herança
a herança
virou
destino
e o destino: esperança.
A esperança também cansa.
virou rotina.
A rotina
virou tédio.
E o tédio virou vingança.
A vingança virou fel.
E o fel envenenou o amor.
O amor virou obsessão.
A obsessão virou o motor.
O motor parou.
Restou saudade.
A saudade virou lembrança.
A lembrança
convidou o triste presente
para dançar.
Dançaram o dia todo
até cansar.
Cansaram do que era são,
mas adoeceram de orgulho vão.
O orgulho virou um muro
aprisionando o coração.
O coração anda perdido
buscando consolação.
Consolação, ele não encontra
nessa briga sem razão.
A razão parece um espelho,
onde existe desacordo.
O desacordo é um desafio,
um repente que não cessa.
Sem cessar a solidão enrijece,
a alma.
A alma repousa na certeza,
escolhe o destino como explicação.
Explicação inventada para adocicar a
desilusão.
A desilusão é uma fonte sem água,
uma dor que se cura com raro remédio.
E o remedio é uma nova paixão,
que perdoe o passado e celebre o por vir.
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