Essa minha desmedida vontade de ser mais,
Me faz cometer desatinos instransferiveis.
Não culpo ninguém, por perder minha viagem,
Não resta dúvida,
é difícil encontrar quem
goste de beirar precipicios.
Receio me acostumar com a solidão.
Então faço cena, machuco quem não quero.
Rodo a saia, espalhando palavras desencantadas do que é doce e terno.
Dentro do meu peito oco sacodem tristes lembranças.
Essas dores poderiam ter como nome exagero,
Mas todas tem sobrenome: indiferença.
Então, tomo por companhia sonhos pueris.
Me encanto com qualquer palavra que escorra mel.
Volto a ser uma bobinha de saia de pregas
Uma colegial com cadernos nas mãos.
Colorindo de rosa o que exige cinza.
Assim, tem dias que sou uma torrente de lágrimas desabrigadas
ambicionando um lencinho branco.
Tem dias que sou uma tempestades de risos esperando jogral.
Tem dias que o corpo grita o outro e não permite auto contentamento.
Permanece em mim um obsessão por ser amada,
Por ser destinada a um par que encontrarei por aí.
Na verdade,
acho isso tudo uma bobagem,
Um espanto, uma tolice.
Mas no fim da tarde,
Quando meto a chave na porta e tranco o dia lá fora,
Penso encontrar alguém para comungar meu silêncio,
e se embriagar com o nosso perfume.
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